Todas as atenções do mundo estão, hoje, voltadas para as inúmeras pesquisas que estão sendo realizadas no sentido de ser desenvolvida uma vacina para a Covid-19. Mas será esse o maior desafio a ser enfrentado?
Sem dúvida alguma, a busca por uma vacina capaz de imunizar toda a população mundial de forma a estar protegida contra o corona vírus, responsável pela Covid-19, é um grande desafio! Por tudo o que esta pandemia causou no mundo, pelo número de mortos de diferentes nacionalidades, pelas questões econômicas e emocionais associadas, este é um dos maiores desejos de toda a humanidade hoje.
Mas o que talvez muitos não percebam, é que além da descoberta da vacina, os desafios logísticos de levá-la a todos os cantos do mundo poderá ser bem maior do que aqueles que estamos enfrentando hoje. Todos precisam estar preparados para esses desafios que virão!
Testes e produção da vacina no Brasil
Dois tipos de vacina de diferentes origens estão sendo testadas no Brasil. Uma delas está sendo testada sob coordenação do Instituto Butantã, em São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
A segunda delas é a vacina pesquisada pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e que está sendo também testada no Brasil sob coordenação, em São Paulo, do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp.
Há ainda uma terceira possibilidade de testes no Brasil com a vacina desenvolvida pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica américa Pfizer Inc.
Todo esse esforço em relação aos testes no Brasil é motivado por diversas razões. Por exemplo, em função das dimensões continentais do país, da sua diversidade regional e do número de casos ocorridos no país.
Por outro lado, isso traz ao país uma grande possibilidade de vir a se tornar produtor de alguma dessas vacinas, que tenha sua eficácia comprovada, o que é uma grande vantagem em função da proximidade de produção da vacina da população brasileira.
Nesse sentido, um acordo comercial entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica AstraZêneca prevê o compartilhamento da tecnologia de produção da vacina de Oxford. Dessa forma, o Brasil será capaz de produzir a vacina sem a necessidade de importação.
Mas e a logística de distribuição da vacina?
Apesar de todo esse esforço de testes e produção, mais um grande desafio terá que ser enfrentado em relação à distribuição e vacinação da população. Como fazer de forma rápida, eficaz e segura? Qual a melhor logística para vacinação da população?
Segundo informações do Ministério da Saúde, está sendo tomado como base a experiência já existente com a vacinação contra a Influenza, que já é uma prática adotada no país há alguns anos.
Deve-se, inclusive, adotar como primeiros grupos a serem vacinados, os mesmos considerados nesse plano de vacinação: idosos e pessoas com comorbidades, como cardiopatia e obesidade. Além desses, devem também ser incluídos os profissionais de saúde, que foram muito infectados pelo fato de estarem atuando na linha de frente na batalha contra a doença.
Segundo ainda o Ministério da Saúde, e conforme acordo firmado a respeito da vacina de Oxford, a distribuição será feita via SUS (Sistema Único de Saúde) e para as agências das Nações Unidas no Brasil.
Todo esse cuidado na distribuição visa garantir um processo capaz de atender à toda a demanda do país. Aproveitar toda a experiência com a distribuição da vacina contra a Influenza mostra como é importante a aprendizagem dos processos já existentes em uma cadeia de suprimentos. Não faria sentido desenvolver um novo sistema, apenas porque se trata de uma nova vacina. As experiências passadas são importantes para evitar erros no futuro.
Mas basta distribuir a vacina?
A pergunta, aparentemente sem sentido, toma um novo significado quando remete à necessidade de produtos adicionais, como seringas e agulhas, além do provedor de serviço, no caso os profissionais que farão a aplicação da vacina na população.
Porque de nada adiantaria ter a vacina disponível sem os utensílios e profissionais necessários à sua aplicação. Por isso, em paralelo, o Ministério da Saúde está se preparando para adquirir seringas e agulhas em quantidades suficientes para a dosagem prevista, além de cuidar da logística necessária para aplicação da vacina em toda a população.
Uma questão logística também
Portanto, podemos observar que a logística de distribuição da vacina é tão importante quanto o seu desenvolvimento, devendo ser tratada da mesma forma como se cuidam das pesquisas que estão sendo realizadas.
O olhar de todos está fixado, neste momento, na grande notícia que todos queremos ouvir: Temos uma vacina contra a Covid-19! No entanto, no momento seguinte, a pergunta será: Onde e quando poderemos ser vacinados?
A primeira resposta foi dada a partir dos estudos em andamento. A segunda resposta, tão importante quanto a primeira, será dada a partir do planejamento logístico para produção e distribuição da vacina a toda a população.
Esperamos em breve termos as respostas a todas essas perguntas! Enquanto isso, pratiquemos o que a ciência nos apresenta como medidas de proteção: use a máscara, garanta a higienização permanente das mãos e exerça o isolamento social.
Breve! Muito breve! Estaremos todos juntos novamente!
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REFERÊNCIAS:
CANALTECH. Ministério prevê 15 milhões de vacinados contra COVID-19 no Brasil até janeiro. Acesso em 06/08/2020
G1. Mais uma vacina para a Covid-19 entra na última fase de testes; Brasil deve ser incluído. Acesso em 06/08/2020.
G1. Médica é a primeira a tomar vacina chinesa em fase de testes no HC em SP; 9 mil profissionais participarão de pesquisa no Brasil. Acesso em 06/08/2020
G1. Médica voluntária da vacina de Oxford contra a Covid-19 em SP se diz confiante e acredita estar vivendo ‘evento histórico’. Acesso em 06/08/202.