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Intermodalidade e Multimodalidade: entenda as diferenças

Muitas pessoas confundem essas duas modalidades de transporte de cargas. Às vezes se referem a elas como sinônimos, quando, na verdade, existem diferenças entre as duas formas de utilização de diferentes modais de transporte de cargas. Neste artigo, trataremos desse tema, procurando esclarecer as principais diferenças entre a intermodalidade e a multimodalidade.

As duas formas apresentam, em comum, a característica de utilizar mais de um modal de transporte para a realização da atividade de transporte de uma carga desde a sua origem até a sua entrega. Essa prática é comumente realizada pois permite à empresa contratante otimizar sua operação. Assim, ela busca compensar os custos decorrentes de eventuais desvantagens de um modal de transporte em relação ao outro.

Em nosso blog, já analisamos as vantagens e desvantagens dos diferentes modais de transporte utilizados no Brasil.

O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do serviço ao cliente.

Nazario, Paulo.  Papel do transporte na estratégia logística. In: Logística empresarial: a perspectiva brasileira / (organização) Paulo Fernando Fleury, Peter Wanke, Kleber Fossati Figueiredo. São Paulo: Atlas, 2000.

Assim é que as empresas buscam reduzir essa parcela dos custos logísticos em busca da otimização de seu resultado global.

Intermodalidade e Multimodalidade

Quais são então as diferenças entre a intermodalidade e a multimodalidade, já que ambas se caracterizam pelo fato de se utilizar mais de um modal no transporte de cargas?

A diferença principal está na forma como é feita a gestão a operação de transporte de cargas. Na intermodalidade, a empresa contratante é responsável por identificar que outras empresas serão contratadas para as diferentes etapas do transporte. Dessa forma, estabelecendo com cada uma delas, as cláusulas de contrato, os indicadores de desempenho e as responsabilidades de cada uma em suas respectivas etapas.

Dessa forma, são estabelecidos diferentes contratos entre a empresa e aquelas selecionadas para transporte da carga, considerando os diferentes modais utilizados. Toda a gestão desses contratos é feita pela empresa contratante, avaliando-os conforme as cláusulas estabelecidas. Dessa forma, caberá à ela acionar aquela que tiver descumprido qualquer cláusula.

Já na multimodalidade, existe a figura de um Operador de Transporte Multimodal (OTM), que é contratado pela empresa para fazer toda a gestão da operação envolvendo os diferentes modais. Nesse caso, a empresa contratante terá apenas esse intermediário em relação à operação de transporte de cargas, cabendo ao OTM assumir toda a responsabilidade pela execução dos contratos, inclusive assumindo os prejuízos que eventualmente ocorram.

Essa modalidade depende da emissão de um documento chamado Conhecimento de Transporte de Carga Multimodal (CTCM), que rege toda a operação, desde a origem até o destino, agindo também como instrumento contratual entre as partes envolvidas: empresa contratante e OTM.

Para uma pessoa jurídica nacional ou representante de uma empresa internacional estar habilitado a operar como OTM no Brasil, é necessário cumprir alguns pré-requisitos estabelecidos pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).

Qual é então a melhor opção?

Não existe regra na resposta a essa pergunta, cabendo à empresa contratante fazer uma avaliação sobre as duas alternativas, buscando analisar qual a que lhe oferece a melhor relação custo/benefício.

Muitas vezes, a empresa pode entender que pelo fato de haver um OTM, que se responsabilize por toda a operação, essa necessariamente seja a melhor opção. No entanto, a depender da facilidade de contratar diferentes empresas de transporte para realizar a operação, poderá ela mesma fazer essa contratação, reduzindo os custos com a contratação de um OTM.

Como em qualquer situação que envolva custos em logística, deve haver uma profunda avaliação das alternativas disponíveis. Entender as diferenças entre intermodalidade e multimodalidade, auxilia a que a solução adotada seja aquela que represente o melhor custo total, com a garantia integral de atendimento à operação desejada.


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REFERÊNCIAS:

Nazario, Paulo.  Papel do transporte na estratégia logística. In: Logística empresarial: a perspectiva brasileira / (organização) Paulo Fernando Fleury, Peter Wanke, Kleber Fossati Figueiredo. São Paulo: Atlas, 2000.

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