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Técnica SMART aplicada na definição de indicadores

Como avaliar se aquele objetivo traçado foi atingido? Como definir qual o indicador mais adequado para essa medição? Avaliar resultados é uma prática diária na gestão das cadeias de suprimento, e não apenas nessa atividade, mas em todos os processos da empresa. Nesse artigo vamos analisar a aplicação da técnica SMART na definição de indicadores.

No ciclo PDCA (Plan – Do – Check – Act), para que você possa estabelecer o plano de ação para melhoria contínua dos processos é necessário dispor de indicadores que lhe permitam avaliar os resultados (CHECK), de forma a que possam ser traçados os caminhos para atingir seus objetivos.

Nota-se nesse processo a grande importância de se definirem medidas e indicadores de desempenho adequados aos objetivos e características dos sistemas de medição implementados.

PIRES, Silvio R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias, práticas e casos – Supply chain management.  São Paulo: Atlas, 2004. p. 224.

Percebe-se, portanto, que os indicadores necessitam ter uma identidade bem definida para que seja efetivo na avaliação a que ele se propõe. Desconfie, por exemplo, de indicadores cujos resultados sistematicamente são os mesmos, pois eles podem não estar avaliando adequadamente as métricas do processo, levando a conclusões erradas a respeito de seus resultados.

Para que você tenha êxito na definição dos indicadores de seus processos, a técnica de definição de indicadores SMART é uma ferramenta bastante útil para que você estabeleça uma identidade adequada ao seu indicador.

A técnica SMART estabelece regras para a definição de indicadores.

Essa técnica reúne características importantes na definição dos indicadores, levando-os a que sejam Specific (Específico), Measurable (Mensurável), Attainable (Atingível), Relevant (Relevante) e Time Based (Baseado no tempo).

SPECIFIC / Específico

A primeira regra da técnica SMART é que seus indicadores sejam específicos. O que isso significa? Deve-se evitar indicadores genéricos, que possam ter uma interpretação que possa levar a uma análise duvidosa sobre os resultados.

Por exemplo, ao invés de criar um indicador relacionado ao percentual de aumento dos custos logísticos, que seria genérico e de pouca ajuda na avaliação dos resultados, pode-se estabelecer indicadores específicos para as diferentes atividades (armazenagem, produção, expedição), dessa forma permitindo uma avaliação mais adequada sobre onde atuar para melhorar os resultados.

Portanto, é fundamental que seja bem delimitado o escopo do objetivo a ser alcançado, de forma a que se possa estabelecer um indicador adequado a essa avaliação.

MEASURABLE / Mensurável

A segunda regra da técnica está relacionada à possibilidade de medir o indicador. Portanto, o que não pode ser medido, não pode ser avaliado.  Essa regra pode parecer óbvia, mas é importante estar atento ao se definir os indicadores.

Deve-se considerar a possibilidade de dispor das informações necessárias para a medição do indicador. Muitas vezes será necessário reunir essas informações de outras fontes, ou dispor de ferramentas específicas para essa medição, mas isso deve ser uma avaliação prévia à definição da identidade do indicador, para que ele seja adequado ao que se propõe.

ATTAINABLE / Atingível

A terceira regra estabelece que os indicadores sejam atingíveis, ou seja, devem ser possíveis de serem alcançados. Isso é uma característica fundamental, pois indicadores inatingíveis vão gerar desmotivação e, muitas vezes, desistência de alcançar determinados objetivos.

Esteja atento, no entanto, a que isso não significa que os indicadores não sejam desafiadores. É importante que sejam, exatamente para motivar a que os objetivos possam ser alcançados. A questão é que muitas vezes, nesse propósito de atingir objetivos mais difíceis, são definidos indicadores inalcançáveis.

Para que seja possível estabelecer indicadores atingíveis é importante verificar a capacidade da empresa em atingir uma determinada meta. Ela pode ser inalcançável em um único momento, porém, se for dividida em etapas, se torna viável. Portanto cabe uma avaliação pormenorizada dos objetivos e da capacidade de atingi-los para se estabelecer indicadores adequados.

RELEVANT / Relevante

Essa quarta regra está relacionada à relevância do indicador. É fato que o indicador deve contribuir diretamente para o atingimento do objetivo desejado, caso contrário, ele não será útil para que este seja atingido. Para que seja relevante, o indicador deve estar aderente aos objetivos e metas da empresa.

Indicadores irrelevantes, em geral, representam custos pois necessitam de um trabalho de levantamento e aplicação das informações, que, no entanto, não irão trazer nenhum benefício ao atingimento dos resultados esperados. Além disso, muitas vezes, eles acabam por desviar a atenção daqueles indicadores que são verdadeiramente os mais importantes.

TIME BASED / Baseado no tempo

Por fim, a última regra da técnica SMART estabelece que os indicadores devem estar relacionados a um período de tempo a ser avaliado. Esse pode ser diário, semanal, mensal, anual, não havendo uma regra específica em relação a qual o tempo mais adequado para avaliação.

Essa regra estará muitas vezes relacionada a outras características do indicador. Por exemplo, como comentado acima, pode-se estabelecer um determinado período de tempo visando a relevância de um dado indicador, estendendo-se esse período quando for necessário.

O importante é que o indicador tenha definido em sua identidade, a qual tempo está relacionado. Portanto, se o indicador estabelece o percentual de aumento de vendas, é preciso definir se esse aumento é esperado em 1 mês ou em 1 ano, por exemplo.

A eficácia do processo de avaliação, portanto, está diretamente associada à qualidade dos indicadores utilizados. Seja considerando as avaliações internas como avaliações externas do desempenho. Se quiser conhecer um pouco mais sobre avaliação externa, leia nosso post sobre a importância de um olhar externo sobre os resultados da empresa.


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REFERÊNCIAS:

PIRES, Silvio R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias, práticas e casos – Supply chain management.  São Paulo: Atlas, 2004.

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